Melhor espetáculo aéreo de sempre no Careto AirShow

Exibições acrobáticas espetaculares, interação com o público, humor e solidariedade transformaram a edição do Careto Airshow23 na melhor de sempre.

“Tudo começou com uma festa que tinha apenas um piloto acrobata, o Luís Garção, a fazer o espetáculo, e um porco no espeto para comunidade aeronáutica conviver”, recorda o presidente do Aero Clube de Bragança (ACB), Nuno Fernandes, explicando como nasceu, em 2016, o Careto AirShow.

Um cenário que parece longínquo quando se observa que este Festival Aéreo já se tornou num evento de referência regional, nacional e até ibérico, atraindo a comunidade aeronáutica de Portugal e Espanha, e trazendo a Bragança acrobatas de referência mundial. “Este ano tivemos 120 aeronaves inscritas, que representam mais de 200 participantes”, acrescenta aquele responsável.

Na acrobacia e nas performances de demonstração nomes como Ramon Alonso, que já foi Campeão do Mundo, Campeão da Europa e 20 vezes Campeão de Espanha, Jorge Macias, que já foi Campeão de Espanha, Luís Garção, Pedro Cunha Pereira e a patrulha acrobática YAKSTARS, dos mais consagrados acrobatas portugueses, a Patrulha Fantasma, uma dupla que exibe uma performance espetacular, com aviões diferentes, um deles experimental, conseguindo uma coordenação brilhante, entre outras exibições, causaram momentos de euforia na assistência.

Já ao cair da noite, pela primeira vez, oito Para-motores, com iluminação led nas “asas”, deram um colorido diferente ao céu, em redor do aeródromo de Bragança.

“A par desta componente de espetáculo para nós é muito importante concretizar sonhos, homenagear personalidades da nossa comunidade e fizemos isso uma vez mais, homenageando este ano os cuidadores informais, proporcionando-lhes um batismo de voo, os que conseguiram vir, porque muitos não conseguiram. Nesta modalidade voaram através de nós mais de uma centena de pessoas”, sublinha Nuno Fernandes.

Para além destes batismos de voo os aviões do aeroclube e até alguns pilotos participantes, realizaram também cerca de 100 voos solidários, cuja receita reverte para a Delegação de Bragança da Cruz Vermelha Portuguesa, concretamente para o projeto Sénior, que leva atenção e cuidados especializados aos idosos que vivem em situação de isolamento.

Este ano a festa contou também com a participação de “Quim Roscas e Zeca Estacionâncio”, a conceituada dupla de stand-up comedy. Aliás, João Paulo Rodrigues “Quim Roscas”, apadrinhou o evento tendo-se envolvido na organização, na promoção e na realização do careto AirShow até ao fim. Foi esta dupla a responsável pela impressionante afluência de público, na noite de 23 de junho, ao aeródromo de Bragança.

“O espetáculo foi gratuito, foi oferecido pelo ACB à cidade e à região, e isso trouxe muita gente”, refere. Todos os espetáculos, em terra ou no ar, que integram o Careto AirShow são de acesso gratuito. O ACB tem inclusive a preocupação de garantir transporte para os públicos mais vulneráveis que não conseguem ir ao Careto de outra maneira, bem como garantir o transfer gratuito dos pilotos que chegam de avião para os hotéis da cidade. “É a nossa forma de ajudar a comunidade quer socialmente quer economicamente, porque sabemos que esteevento é gerador de muito negócio, de muita riqueza que fica na nossa terra”, reforça o presidente.

O crescimento exponencial deste evento, a afluência crescente de público, causou alguns constrangimentos, devidamente assumidos pelo ACB, que resultam em aprendizagens e compromissos de melhoria no próximo ano.

O ACB trabalha o ano inteiro para conseguir suportar financeiramente o Careto AirShow, principalmente pagar aos pilotos acrobatas e suportar toda a logística que de ano para ano se torna mais pesada.

“Na organização do evento está a direção do ACB e alguns amigos fundamentais, que trabalham de forma gratuita, altamente qualificados, para assegurar que num evento desta dimensão e com tantas exigências a nível de segurança, nada falha”, explica Nuno Fernandes.

Na execução, a equipa conta com mais de uma centena de voluntários, “na maioria sócios do ACB, que se dedicam de corpo e alma, vestem a camisola, trabalham horas a fio, quase sempre enfrentando temperaturas muito elevadas, muitas vezes sem tempo para comer, muito menos para descansar, e ano após ano regressam, mais qualificados, mais empenhados e são também estes voluntários que permitem a realização deste evento”, remata o presidente.

Fotos: DR